quinta-feira, 15 de março de 2012

Transtornos psiquiátricos pós -parto

Como estou nesta fase especial de minha vida, grávida de 28 semanas da Stella, minha caçulinha, tenho lido muitos artigos ligados ao tema.
Achei este muito interessante, por que as vezes no ambiente familiar falta muita compreensão no quesito psicológico das novas mamães.
Então é preciso estar atento aos sintomas e verificar o momento de pedir ajuda.

Rosamélia Balbino

Blues puerperal, depressão pós-parto e psicose pós-parto




Para esses três tipos de transtornos existem tratamentos. Mas é preciso estar atenta aos sintomas e procurar ajuda rápida.

Existem três tipos de transtornos psiquiátricos pós-parto, o mais comum é a tristeza pós-parto, também conhecido como blues puerperal. Este atinge até 60% das mães e acontece nos primeiros dias que seguem o parto podendo durar até uma ou duas semanas. Os principais sintomas do blues são: mudanças repentinas de humor, perda do apetite e sentimento de solidão.

Além do blues, existem a depressão e a psicose pós-parto. Nesses casos, os sintomas são mais fortes e podem durar mais tempo. Na depressão pós-parto, que atinge 10% das mulheres, os sintomas começam a se apresentar após alguns dias do nascimento e podem durar até meses, são eles: falta de interesse sexual, perda ou ganho de peso excessivo, sentimento de incompetência, baixa autoestima e isolamento social.

O transtorno pós-parto mais grave é a psicose puerperal, que atinge quatro entre 1000 mulheres. ”Esta é uma doença psiquiátrica grave, onde a mãe apresenta sintomas como: alucinações, insônia, agitação e raiva. Tem relação com o transtorno bipolar e oscila a indiferença com a agressão”, explica o obstetra Jorge Rezende Filho.

As depressões acontecem por causa da queda brusca de hormônios que ocorre quando a placenta é expelida. “Com a queda dos hormônios, o organismo tem um aumento da enzima monoamina oxidase no cérebro. Essa enzima quebra os neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina, que, além de serem responsáveis por transmitir os sinais entre as células nervosas, também influenciam o nosso humor”, esclarece o especialista.

Existem fatores biológicos envolvidos nas alterações psiquiátricas do pós-parto, mas também há fatores psicológicos e sociais importantes. É cada vez maior a frequência de casos de depressão pós-parto em mães que tem conflitos pessoal ou familiar, gravidez não planejada e instabilidade profissional, familiar ou econômica.

O mais importante é a mãe ou os familiares perceberem a alteração e procurarem ajuda. Existe tratamento para qualquer um dos três tipos de transtornos. O tratamento do blues é bem simples, muitas vezes, apenas algumas noites bem dormidas podem resolver o quadro. Há também a possibilidade de frequentar grupos de mulheres que estejam passando pela mesma situação, que juntas se ajudam a superar o problema.

Já a depressão pós-parto sempre precisa ser acompanha por um profissional. Se não houver resposta ao tratamento psicológico, em uma ou duas semanas é aconselhável começar o tratamento com antidepressivos.

O tratamento nos casos da psicose puerperal, em pacientes gravemente deprimidas, com ideias suicidas e quadros de catatonia (forma de esquizofrenia que se caracteriza pela alternância de humor) pode haver a necessidade de internação e, normalmente, o tratamento nesses casos é o eletrochoque.

Não existe tratamento preventivo para depressão pós-parto. “Não há formas de prevenção, o melhor é admitir o problema e buscar ajuda. Também não é possível afirmar que a depressão ocorra apenas na primeira gravidez, não há uma regra para isso. Mas a tendência é que com as repetidas gestações, a insegurança gerada pelo desconhecido tenda a desaparecer”, explica o médico.

Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/blues-puerperal-depressao-pos-parto-e-psicose-pos-parto/Fernanda Segantini
Imagem: Corbis

2 comentários:

  1. Importantíssimo discutir sobre estes assunto... Eu sempre reparo que na gravidez todos esperam que você esteja radiante, super feliz e rindo à toa. Mas difícil quem pare para entender a gestante... Seus dramas, seus medos, a sua ansiedade por carregar uma pessoa dentro dela, por mudar bruscamente as suas formas... (por mais que estes detalhes sejam considerados mínimos pela população não gestante). E saibam que blues puerperal e afins estão bastente frequentes e de forma muito velada.

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    1. Realmente, as pessoas fingem que esta tudo bem, sabemos que gravidez não é doença e que toda mulher espera ser a melhor mãe do mundo, mas todo esse turbilhão hormonal que ocorre neste período afeta de forma intensa algumas de nós.
      Obrigada pela sua valiosa contribuição de profissional de Saúde Coletiva.

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